Resumos das Comunicações do Grupo de Pesquisa

02/08/2010 21:26

 

1º ENCONTRO NACIONAL DE PRODUÇÕES LITERÁRIAS E CULTURAIS PARA CRIANÇAS E JOVENS/LITERATURA E SOCIEDADE

 

RESUMOS

 

 

03/07  - 17h – 18h30: Apresentação de trabalhos:

 

1.José Augusto Nascimento: “Quem sou eu neste mundo?”: concepções de infância e educação em Alice no país das maravilhas

Resumo: Passados quase 150 anos de sua publicação, o que Alice ainda tem a nos ensinar? No País das Maravilhas, a racionalidade, o cientificismo e o intelectualismo são postos em cheque, sendo exigidas outras habilidades. Alice em sua trajetória descobre a qualidade de ser criança (criativa, inventiva, curiosa) e recupera princípios éticos, em uma sociedade em que os conceitos e a moral tradicionais já não servem mais. À luz dos paradigmas sociais tradicionais e emergentes propostos por Nelly Novaes Coelho, buscamos conexões entre o discurso da obra no seu contexto original e os anseios da sociedade contemporânea

 

 

 

2. Vanessa Marques - Os diminutivos em quatro versões brasileiras de Pinóquio

 

Resumo - Um pedaço de madeira mágico esculpido se transforma em marionete que age como um menino, mas anseia ser de carne e osso. O maravilhoso está claramente presente na narrativa de Collodi, Le avventure di Pinocchio, e na jornada de Pinóquio até se tornar um menino de verdade temos situações que indiretamente demonstram como ser uma pessoa do bem, como distinguir o certo do errado. Essa obra italiana de 1883 foi a escolhida para discussão de como traduzir literatura infantil. Clássico da literatura infantil, Le avventure di Pinocchio teve nove traduções publicadas entre 2002 e 2008, e dessas, para o Trabalho de Graduação Individual (TGI), do curso de Língua e Literatura Italiana da FFLCH/USP, escolhemos quatro para analisar os pontos de maior divergência de léxico, tradução de pronomes, diminutivos e oralidade. Para esse artigo, analisaremos as soluções para tradução de diminutivos.Atualmente, a preocupação com a literatura infantil aumentou consideravelmente como ferramenta didática e para entretenimento, justificando assim, a importância de se pensar em como traduzir para crianças, já que as obras traduzidas ainda têm seu papel, e o tradutor deve ter consciência desse público peculiar, que requer uma linguagem específica, que transmita o lúdico, a fantasia e a magia sem ser pedante ou piegas.

 

3. Itamar Santos: Buscas

 

Resumo: O trabalho aborda o encontro entre Alice e Pinóquio num jardim, onde ambos, perdidos procuram pela saída. Ao encontrarem um coelho que corre e entra em sua toca, seguem-no. A imbricação dos mundos de Alice e Pinóquio é o caminho que estes dois personagens necessitam para suas buscas, ou seja, a identidade, a auto-afirmação e a aceitação. E nessa intertextualidade, nessa reelaboração textual a que nos propusemos, verificamos o quanto o ser humano em suas buscas transita pelo mundo do non-sense. Apresentamos algumas idéias que permeiam a existência do homem, provenientes de releituras das histórias de Pinóquio e Alice. E buscamos ainda construir uma relação das personagens com "As viagens de Gulliver", estabelecendo uma analogia entre os universos ficcionais

 

4. Anne Kelly Pendelosky: "A relação dialógica entre Alice e Emília"

 Resumo: O trabalho que pretendo apresentar é a relação de intertextualidade existente entre as obras “Alice through the looking-glass” de Lewis Carrolle a obra “A chave do tamanho” de Monteiro Lobato. Buscarei analisar dois capítulos, especificamente: “The garden with live flowers” e “Viagem pelo jardim”, em que as personagens principais , Alice e Emília, respectivamente, apresentam-se em meio a um jardim com a sua forma de tamanho extremamente reduzida, fato que as aproxima em primeiro momento. No entanto, cada uma vivencia essa experiência de forma diferente: Alice e as flores conversam, Emília busca explicar o jardim de forma racional e científica, o que as diferencia. Buscarei analisar os dois capítulos observando as condições de produção, as características das duas personagens e seus comportamentos.

 

 

Dia 04/07 - 16h30 – 18:30h  Apresentação de trabalhos

 

1. Ricardo Ramos Filho: A questão da mentira na obra de Collodi e de Lobato

 

Resumo: Os dois escritores criaram bonecos que mentiam. As conseqüências, porém, eram diferentes. Sabemos que o nariz de Pinóquio crescia, e o que acontecia com Emília? Autores com concepções diferentes de crianças e visões particulares de mundo tiveram abordagens distintas no que se refere às questões ligadas à mentira. Vamos nos deter um pouco sobre algumas particularidades ligadas ao tema.

 

2 Adriana F. A Araldo. Pinóquio e os bonecos de Lobato: construção e desconstrução de valores sociais

 

Resumo:Este trabalho pretende demonstrar por meio do diálogo existente entre a obra de Carlo Collodi –“As Aventuras de Pinóquio- Histórias de uma marionete” e o “O Irmão de Pinóquio” capítulo do livro“Reinações de Narizinho” de Monteiro Lobato, portanto, sob ótica comparatista, a maneira pela qual a Literatura para crianças interfere no processo de construção e desconstrução de valores sociais. O trabalho encontra suporte nas idéias do dialogismo de Mikhail Bakhtin e procura evidenciar os princípios morais e ideológicos veiculados por tais textos, os quais contribuem para confirmar a Literatura Infantil como um importante instrumento de reafirmação, renovação ou mesmo negação de uma visão de mundo.

Palavras-chave: moralidade, intertextualidade, discurso monológico, discurso dialógico

 

2. Ana Lúcia Brandão: Diferentes humores em três tempos: Lobato, Orthof e Carroll

Resumo: O humor se manifesta de formas diferentes na obra de Lobato, Orthof e Carroll. São diferentes humores frutos de culturas e épocas diferentes.Vamos dar características gerais do humor matiz da cultura brasileira e o Humor enquanto crítica social em Lewis Carroll.

 

3. Nárgyla Lourenção Pinheiro – A "divina" comédia de Pinóquio. 

Resumo: “A proposta do presente trabalho é realizar um diálogo entre “Divina Comédia” de Dante Alighieri e ” As aventuras de Pinóquio” de Carlo Collodi, ambas as obras canônicas da literatura italiana de épocas bastante distintas, analisando a trajetória de Pinóquio como semelhante ao percurso do próprio Dante (personagem) em sua obra.

 

Dia 05/07 - 15h00 – 16h00: Apresentação de trabalhos

 

1.Fábio Lisboa:  Alice no país das maravilhas e o tradicional e o novo ao contar histórias

 

Resumo: As aventuras de Alice, na voz de um contador de histórias, em contraste com duas outras obras que convidam crianças e jovens a percorrerem labirintos: o mito do Minotauro (tradicional) e O Mistério Amarelo da Noite (novo). Seja na leitura, na escrita ou na escuta, quanto o tradicional tem de novo e vice-versa? Em debate, o que estas obras têm a dizer sobre o leitor do século XXI e o ressurgimento do contador de histórias. Cabe aos narradores contemporâneos contarem histórias ouvidas há milênios, escritas a centenas de anos ou assistidas e digitadas (em poucos caracteres) hoje...

 

2.Fabiana Tavares - Humanizado, mas nunca humano: Inteligência
Artificial e seu intertexto com Pinóquio
 
Pensado a partir do conto Superbrinquedos duram todo o verão (originalmente, Super-Toys Las All Summer Long) de Brian Aldiss, o longametragem A.I. - Inteligência Artificial foi inicialmente concebido por Stanley Kubrik e, mais tarde, transferido para as mãos de Steven Spielberg. A proposta deste trabalho é analisar situações de
intertexto do filme "A.I." com o livro "As aventuras de Pinóquio", de Carlos Collodi, de forma a mostrar até que ponto o enredo é um conto de fadas moderno para o pequeno robô David, que, diferentemente de seu colega feito de madeira, nunca se torna humano. 

 

Dia 05/07 – 17h15 – 18h30 – apresentação de trabalhos (cont)

 

4. Nathália Thomaz e Joana Marques Ribeiro – O percurso de Alice pelos labirintos da linguagem de Lewis Carroll

Resumo- De origens míticas, o labirinto é um desafio, no qual o aventureiro precisa encontrar seu caminho, em um emaranhado de veredas que o confundem. Presente no imaginário da humanidade, muitas vezes, a arquitetura labiríntica transforma-se em metáfora, extrapolando limites  de um espaço físico e chegando a designar uma rede complexa de pensamentos. Na literatura infantil, em Alice no País das Maravilhas, ganha destaque o entrecruzamento de possibilidades criado por Lewis Carroll, que, ludicamente, traçam caminhos a serem percorridos pela personagem e que levam o leitor pelas vias da complexidade do nonsense a experimentar uma radical subversão da lógica cartesiana e aristotélica (a que tão bem está acostumado). Nosso trabalho busca compreender o percurso labiríntico pelo qual a personagem se perde (e com ela, o leitor), ao mesmo tempo em que as referências lógicas também vão sendo perdidas e refuncionalizadas. As dificuldades de Alice para expressar-se no País das Maravilhas e lidar com as criaturas que o habitam causam no leitor a necessidade de pensar em novas possibilidades lógicas, caminhos diferentes do estabelecido.

 

5. Maria Auxiliadora Baseio - Viagem de Alice: sob o signo e o sonho de uma razão aventureira
  Resumo O presente estudo analisa o simbolismo da viagem no livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol. Ao reunir aventura e travessia iniciática, a personagem acena para um desejo profundo de transformação: em si mesma e na sociedade que a cerca. Sob o signo da razão cientificista que alimenta o paradigma da época, Alice não hesita em nos oferecer, em contrapartida, a experiência onírica e inventiva que compõe o homo ludens, sinalizando a possibilidade de um novo paradigma.

Palavras-chave : viagem – identidade - lúdico – sociedade vitoriana

 

6. Andrea Castelaci e Rogério Bernardo: Entre a imersão e superfície efeito das referências no cinema.

Resumo: Alguns objetos artísticos têm sido referência presente em diferentes contextos, linguagens e momentos históricos, pois a modernidade e a pós-modernidade têm ratificado o momento a que Walter Benjamin se referiu como a era da reprodutibilidade técnica. Tal idéia é criticada por Adorno pela não garantia de que se conquistasse a verdadeira consciência analítica acerca do objeto artístico e por posicionar a obra de arte sob o risco da limítrofe circunstância de ícone, cuja leitura seria destituída de profundidade. Considerando, nesse contexto, a obra de Lewis Carrol “Alice no País das Maravilhas” como objeto de referência direta e indireta da arte cinematográfica, sendo reproduzida a despeito de sua “aura”, apresentaremos, neste trabalho, algumas dessas referências à obra de Carrol presentes em filmes, buscado analisar como os elementos constitutivos de tais intertextualidades, conscientizam ou limitam a leitura do receptor acerca do referente.

 

 

Trabalhos em outros formatos

 

  • Alice e Pinóquio: O livro

 José David Borges Jr

 Juliana Pádua da Silva Medeiros

 Maria Laura Pozzobon Spengler

  • Vídeo clip – Alice e Pinóquio: Visões

Thais do Val Silva

Lyrian Lee Strieder

Jennifer Rangel

  • Vídeo - Na ponta dos pés de Gisele Werneck